HORROR NA SAÚDE PÚBLICA
No Hospital Regional Dom Moura,
ontem à noite, centenas de pessoas esperavam desesperadas por um atendimento. Só
havia um médico para dar conta de tanta gente. Mulheres passavam mal, homens se
agitavam, funcionários trataram os pacientes de modo grosseiro e teve até quem
ligasse para a polícia pedindo providências.
Minha única irmã, Ana Cláudia,
estava no meio desse sofrimento com uma crise muito séria de pressão alta e não
conseguia atendimento. Como mesmo num caso grave não se pode “furar a fila” num
Hospital Público, optei por ligar para Tinoco Filho, do Hospital Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro. Ele foi super gentil e conseguiu que a mana fosse atendida
sem burocracia por Dr. Everaldo. Agradeço ao amigo por mais essa. Toda essa família
sempre foi muito educada comigo, desde que nos conhecemos de perto, no tempo em
que trabalhei na Rádio Marano.
Quando já estava a caminho de
casa, medicada e com a crise superada, Ana Cláudia agradeceu, todavia ainda
estava preocupada com os que ficaram no Dom Moura. “Eu consegui ser atendida em
outro hospital, mas aquelas pessoas que estavam lá e que não tem a quem
recorrer? Como ficam?”, disse. Uma boa pergunta.
Logicamente aqui ninguém está
culpando a atual direção do Hospital Dom Moura. Esse problema da saúde pública é
nacional e provoca sofrimentos em todos os municípios do país, em maior ou
menor grau dependendo da cidade.
O Restauração, em Recife, é um
Dom Moura multiplicado por mil. Um verdadeiro matadouro humano. Eu mesmo já
vivi a experiência de passar por lá precisando de médico e não havia nem cama. As
pessoas se acotovelavam pelos corredores, alguns vomitavam e defecavam no chão.
Um quadro de horror. O SUS universalizou o atendimento no Brasil, porém a
demanda, junto com a burocracia e a roubalheira levam os hospitais ao caos.
E não há perspectiva de que isso
mude (melhore) tão cedo. Diante de tudo isso, se tem mais é que pedir sempre a
Deus para nos dar saúde.
(Na foto que ilustra a matéria o governador Eduardo Campos
inaugurando a UTI do Dom Moura. O problema é que às vezes faltam
médicos...).
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