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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ministério Público cobra plano de combate ao crack em Cachoeirinha

O Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Paulo Augusto de Freitas, realizou na quarta-feira (24), na sede do Projovem, em Cachoeirinha (Agreste Meridional), uma reunião para finalizar a elaboração do “Plano de Ação de Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas”, por crianças e adolescentes. Participaram do encontro representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, de secretarias municipais, vereadores, conselheiros tutelares, educadores, líderes religiosos e comunitários. Na cidade que hoje abriga aproximadamente 17 mil habitantes, o tráfico e consumo de crack e outras drogas começam a apresentar graves danos às famílias, principalmente nas comunidades de baixa renda.
O Plano apresentado sugere três frentes de ação, sendo o eixo da prevenção, do cuidado e da segurança ou repressão. As ações terão o início definido no próximo dia 14 de maio, durante audiência pública em Cachoeirinha. Para a juíza Fabíola Michele Moura, “o problema do crack é uma questão social, mas não é decorrente de um problema único. São famílias degradadas e em condições de pobreza extrema, carentes de políticas públicas mais efetiva voltadas para crianças e adolescentes. É um problema complexo, porém o que mais me chama a atenção é mesmo a questão social e pretendemos reverter este quadro a partir destas ações”.
A presidente do Conselho Tutelar de Cachoeirinha, Josineide Almeida, explicou que a dificuldade em lidar com o problema está justamente na falta de parceria com os pais e responsáveis. “Também precisamos acionar as redes de proteção que sabemos que existem mas não têm como atender a toda essa demanda, em consequência do grande número de usuários e a falta de estrutura especializada para o suporte continuado aos mesmos”.
De acordo com o coordenador do programa Atitude, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Thiago Gomes, “essa situação do enfrentamento ao crack também será abraçada no Plano pelo Governo do Estado. De efetivo, nós estamos trazendo para a cidade a formação continuada, capacitação de agentes multiplicadores entre professores e agentes de saúde, que possam multiplicar técnicas de cuidados, prevenção e enfrentamento. Aqui em Cachoeirinha, a Secretaria Municipal de Saúde vai criar cotas de atendimento psiquiátrico e dar suporte aos usuários de drogas”.
Por sua vez, Paulo Augusto sugeriu ajustes a realização de operações educativas e repressivas, com participação das polícias e da prefeitura, referentes à fiscalização e interdição de ambientes comerciais que proporcionam incidência de crimes na cidade e são usados também como pontos de consumo de drogas. “Essa questão do crack vem sendo trabalhada pelo Ministério Público há algum tempo. Graças à ação do procurador-geral Aguinaldo Fenelon, nós conseguimos institucionalizar o programa de combate ao crack, o Pernambuco Contra o Crack, já implantado em algumas cidades- polo do estado e que estamos agora implantando em Cachoeirinha”, adiantou.
Paulo Augusto também disse que as metas citadas no Plano serão detalhadas e operacionalizadas para dar conhecimento à sociedade e chamar o povo para participar com as instituições envolvidas dessa grande ação, para melhorar a qualidade de vida da população de Cachoeirinha. Ele ressaltou, ainda, a necessidade de se separar o usuário do traficante. “O usuário é uma pessoa que está doente e que precisa do olhar do Estado, do olhar da sociedade. Então, essa separação vai resultar também na ação repressiva com ações do serviço de inteligência da polícia, do patrulhamento nas escolas. Mas, estamos tratando sobretudo de ações preventivas, combatendo as causas para que a gente não precise potencializar a repressão”, finalizou.
Fonte: MPPE

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